Mais uma obra, mais um trabalho fora de casa. Estamos desta vez na cidade do Rio de Janeiro... tá bom, estamos na cidade de Itacuruçá, estado do Rio. Cidade pacata, com uma marina e nada mais. O que eu posso dizer se meu chefe não quer ficar na Barra para não pegar trânsito na avenida Brasil (ainda mais que eu já falei mal dele semana passada e caí na bobeira de contar)? Rá, mas esta semana foi recheada de coisas legais ou como diria o estagiário: "Aí sim fomos surpreendidos novamente!".
Estava eu, saindo para jantar no restaurante do Kakau, quando me deparei com um casal do lado de fora, a uns 30 metros de distância. A mulher esbravejava e fazia gestos com os braços. Achei que o cara ia apanhar, mas... peraí... a mulher estava brigando com o poste??? Que pouco comum (para não dizer esquisito mesmo)! Quando fui mais adiante percebi... a mulher estava era fazendo um despacho! Macumba! Caraaaaaaai véééééiii... o mar abriu no meio vééééiii! Não, não... mentira. Mas ela gritava e se sacudia tanto que eu achei que o espírito já tinha até baixado.
Foi então que comecei a refletir sobre as diferenças culturais. Em Minas, a macumba (não que eu já tenha feito) é feita com vela preta, galinha preta e cachaça. No rio eu um peixinho ixperto, cerverjinha brahma e azeitona preta. Azeitona? Ah... a vela era branca! Dá uma olhada ai:
Será que alma carioca é assim, que nem os cariocas vivos?
Que nem relógio? Cheios das nove horas.
Que nem ave Maria? Cheios de graça.
Que nem mar? Cheios de onda.
Que nem trilho? Cheios de trem.
Não sei, sei que o espírito gostou, afinal quando voltamos do jantar, o peixe do despacho já tinha sido comido. Dois dias depois, fomos jantar novamente, mas dessa vez eu e o Davisola (mistura de Davi com boiola) voltamos muito bêbados de uma cachaça de 5 reais o litro. "Davi, vamo dar uma bica nesse despacho?" pfff Bêbado tem cada idéia!