Quem nunca viu "Seven - Os sete pecados capitais" e achou um exagero o que o assassino fazia com os "PE-CA-DO-RES" (é pra ler igual "COR-RE-DOR"). Maldade... Não que eu não goste de ver filmes violentos com bastante morte e tripas de fora, mas quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra, não é? Todo o mundo comete ou já cometeu um, dois ou todos os sete pecados capitais. A maioria comete todos e nem percebe. Mas será realmente que isto é um problema? Será que é tão ruim assim cometer alguns deslizes desses? Será que o pão de cachorro quente é feito sob medida pro tamanho da salsicha? Acho que não.
Baseado nisto, acredito que na verdade os pecados capitais são apenas nuances da nossa vida de modo geral, e que só fazem mal mesmo se mal utilizados, o que também invalida a garantia. Resumindo, estou aqui para defender os pecados, não os
pecadores, até porque eu sou santo, quando eu morrer vão me canonizar (e não
significa que vão me atirar em um canhão) e o meu primeiro milagre será
transformar toda a água do mar em cerveja, podem me cobrar!
Luxúria, o pecado de mais fácil defesa pois até o Ned
Flanders já caiu em tentação em um ou dois episódios. Nós temos a tendência de
dizer que a carne é fraca, mas qualquer indivíduo do reino animal nasce,
cresce, reproduz e morre. O que significa que o indivíduo vem ao mundo, se
prepara para acasalar, acasala e aí cumpriu sua missão. Esse é o sentido da
vida, do universo e de todas as coisas, assim como o 42, e a felicidade é alguma coisa que inventaram para tornar o tempo entre o
nasce e o morre mais agradável.
A avareza é um pouco complicada, porque ser pão-duro ou
taxado de, é bastante inconveniente na vida social. A pessoa que é dita
pão-dura, teoricamente não sai pra se divertir, não gasta com viagem, não gasta
com lazer, detesta piscina e vive os dias a contar dinheiro. E é como diz o ditado: "Quem confere conta, com conta será ferido!". Ora, se tempo é dinheiro,
quanto mais dinheiro mais tempo, quanto mais tempo, maior o intervalo entre o
nascer e o morrer e maior a felicidade (vide luxúria) QED. Todo o mundo gosta
de dinheiro e todo o mundo quer ficar rico, mas ninguém fica rico dando
dinheiro ou torrando, ou queimando ou jogando fora (exceto em forma de
aviõezinhos), e inclusive alguns dos maiores ricos do planeta quando querem
doar dinheiro fazem uma campanha de arrecadação antes, não é?
Eu tenho dificuldades para escolher meu pecado favorito, mas
a gula com certeza me persegue. Não com o objetivo de comer até morrer, mas
poderia ser. De vez em quando é... Mas voltando ao assunto, sem um pouco de
gula, o que seria de nós naqueles restaurantes “serve-serve” (eu sei que o nome
é self-service, tá?!) com aqueles pratos gigantes (estes sim são gigantes, não
aquelas minipizzas com oito pedaços que entregam hoje em dia com nome de
gigante) e uma variedade enorme de guloseimas que se enquadram apenas em três
categorias: “Vou experimentar”, “adoro este prato” e “olha o que tem ali!”. Eu
por exemplo não conheceria o creme de papaia com licor de cassis se não fosse a
tal da gula. Que pena seria.
Inveja é muito relativa... E não tem nada a ver com relação
ou relar. Tem a ver com a relatividade da posição em que você está e a que quer
alcançar. Um exemplo hipotético: Eu tinha inveja do Cauã porque tá pegando a
Isis. Uma das maneiras de sanar isto, é ter vontade de pegar a Isis, e eu não
farei isso de novo. A outra maneira é pegar uma moça mais bonita que a Isis, e
foi o que eu fiz (apesar da insistência dela em dizer que ninguém a pega). Tá
vendo, a inveja que eu tinha do Cauã me levou a um lugar melhor e ele no
entanto está lá na dele sem saber que eu existo com a feiosa lá. Ponto pra
inveja e estrela pra mim!
Ira – Não tem nem argumento. Muito boa a banda, alguns
clássicos e ainda tem o Wolverine Valadão. Ps.: Uma coisa boa é uma coisa
irada!
“Vaidade, meu pecado favorito”, disse uma vez Al Pacino.
Quem sou eu, repito, que sou eu pra discutir com Al Pacino? Isto ele disse na versão dublada,
mas dizem os cristãos que o termo correto é soberba. Tanto faz. E já que me
faltou soberba ao me comparar com o Al Pacino, vou logo avisando que quem não
gostar do assunto pode parar de ler por aqui. Sou contra contar vantagem, se
vangloriar, mas no trabalho por exemplo, nem sempre tem gente olhando o que
você tá fazendo, quando é certo. Quando é errado, espalha à cavalo. Então, quem
quer crescer um pouquinho tem que “cantar” uma certa vantagem, aparecer, e como
eles gostam de chamar: Mostrar serviço. O que eu não entendo é alguns
listradinhos aí sugerindo que vaidade é coisa de mulher. Acho que é porque eles
não tem vantagem pra contar. E vivo cheio de vaidade mesmo e qualquer coisa resolve com o Al.
Preguiça... este sim é um bom pecado para cometer. Antes da
argumentação, porém, vou contar, sem motivo aparente, uma piada de baiano.
“Dois baianos deitados em redes quando de repente uma nota de cem passa voando. Então um vira pro outro e diz: Oxi, se esse vento muda arrente tava feito, pai...”
A boa preguiça para mim, começa quando a pessoa tem preguiça
de fazer alguma coisa mas é obrigada a fazer, seja por estar no trabalho, na
missa, ou em casa com a patroa ou a mãe. (Acredito que esta seja a trindade
moderna: Pai, chefe e mulher). Se ele é obrigado a fazer, vai ter que sair de
um jeito ou de outro, e se ele tem preguiça de fazer de um jeito, vai ter que
ser de outro. Quando o cara para pra pensar de que outro jeito ele pode fazer é
que surgem as melhores ideias do planeta, ou como eu gosto de dizer: “Tem que
ter um jeito mais fácil de fazer isso!”. A preguiça me deu de presente o meu
primeiro projeto elétrico sem a supervisão de um adulto. Fiz uma extensão da
tomada da parede para a TV, mas antes puxei um interruptor do lado da cama de
Dedé, quando a gente dividia quarto na saudosa Diagonal. Desta forma ele podia
desligar a TV à noite sem nem eu nem ele precisarmos levantar. Irado, né?
E enquanto eu espero ansiosamente o fim de semana que vem
para ver minha flor, filando a internet do hotel pra não gastar o 3G pra bostar
no plog vou comendo um salmão ao molho de alcaparras que esse f... demoraram a
trazer. Fiquei com vontade de sair pra comer que nem os caras fizeram, mas vou
ficar aqui deitado, afinal sou o cara mesmo!?