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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Pintando os sete

Quem nunca viu "Seven - Os sete pecados capitais" e achou um exagero o que o assassino fazia com os "PE-CA-DO-RES" (é pra ler igual "COR-RE-DOR"). Maldade... Não que eu não goste de ver filmes violentos com bastante morte e tripas de fora, mas quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra, não é? Todo o  mundo comete ou já cometeu um, dois ou todos os sete pecados capitais. A maioria comete todos e nem percebe. Mas será realmente que isto é um problema? Será que é tão ruim assim cometer alguns deslizes desses? Será que o pão de cachorro quente é feito sob medida pro tamanho da salsicha? Acho que não.

Baseado nisto, acredito que na verdade os pecados capitais são apenas nuances da nossa vida de modo geral, e que só fazem mal mesmo se mal utilizados, o que também invalida a garantia. Resumindo, estou aqui para defender os pecados, não os pecadores, até porque eu sou santo, quando eu morrer vão me canonizar (e não significa que vão me atirar em um canhão) e o meu primeiro milagre será transformar toda a água do mar em cerveja, podem me cobrar!

Luxúria, o pecado de mais fácil defesa pois até o Ned Flanders já caiu em tentação em um ou dois episódios. Nós temos a tendência de dizer que a carne é fraca, mas qualquer indivíduo do reino animal nasce, cresce, reproduz e morre. O que significa que o indivíduo vem ao mundo, se prepara para acasalar, acasala e aí cumpriu sua missão. Esse é o sentido da vida, do universo e de todas as coisas, assim como o 42, e a felicidade é alguma coisa que inventaram para tornar o tempo entre o nasce e o morre mais agradável.

A avareza é um pouco complicada, porque ser pão-duro ou taxado de, é bastante inconveniente na vida social. A pessoa que é dita pão-dura, teoricamente não sai pra se divertir, não gasta com viagem, não gasta com lazer, detesta piscina e vive os dias a contar dinheiro. E é como diz o ditado: "Quem confere conta, com conta será ferido!". Ora, se tempo é dinheiro, quanto mais dinheiro mais tempo, quanto mais tempo, maior o intervalo entre o nascer e o morrer e maior a felicidade (vide luxúria) QED. Todo o mundo gosta de dinheiro e todo o mundo quer ficar rico, mas ninguém fica rico dando dinheiro ou torrando, ou queimando ou jogando fora (exceto em forma de aviõezinhos), e inclusive alguns dos maiores ricos do planeta quando querem doar dinheiro fazem uma campanha de arrecadação antes, não é?

Eu tenho dificuldades para escolher meu pecado favorito, mas a gula com certeza me persegue. Não com o objetivo de comer até morrer, mas poderia ser. De vez em quando é... Mas voltando ao assunto, sem um pouco de gula, o que seria de nós naqueles restaurantes “serve-serve” (eu sei que o nome é self-service, tá?!) com aqueles pratos gigantes (estes sim são gigantes, não aquelas minipizzas com oito pedaços que entregam hoje em dia com nome de gigante) e uma variedade enorme de guloseimas que se enquadram apenas em três categorias: “Vou experimentar”, “adoro este prato” e “olha o que tem ali!”. Eu por exemplo não conheceria o creme de papaia com licor de cassis se não fosse a tal da gula. Que pena seria.

Inveja é muito relativa... E não tem nada a ver com relação ou relar. Tem a ver com a relatividade da posição em que você está e a que quer alcançar. Um exemplo hipotético: Eu tinha inveja do Cauã porque tá pegando a Isis. Uma das maneiras de sanar isto, é ter vontade de pegar a Isis, e eu não farei isso de novo. A outra maneira é pegar uma moça mais bonita que a Isis, e foi o que eu fiz (apesar da insistência dela em dizer que ninguém a pega). Tá vendo, a inveja que eu tinha do Cauã me levou a um lugar melhor e ele no entanto está lá na dele sem saber que eu existo com a feiosa lá. Ponto pra inveja e estrela pra mim!

Ira – Não tem nem argumento. Muito boa a banda, alguns clássicos e ainda tem o Wolverine Valadão. Ps.: Uma coisa boa é uma coisa irada!

“Vaidade, meu pecado favorito”, disse uma vez Al Pacino. Quem sou eu, repito, que sou eu pra discutir com Al Pacino? Isto ele disse na versão dublada, mas dizem os cristãos que o termo correto é soberba. Tanto faz. E já que me faltou soberba ao me comparar com o Al Pacino, vou logo avisando que quem não gostar do assunto pode parar de ler por aqui. Sou contra contar vantagem, se vangloriar, mas no trabalho por exemplo, nem sempre tem gente olhando o que você tá fazendo, quando é certo. Quando é errado, espalha à cavalo. Então, quem quer crescer um pouquinho tem que “cantar” uma certa vantagem, aparecer, e como eles gostam de chamar: Mostrar serviço. O que eu não entendo é alguns listradinhos aí sugerindo que vaidade é coisa de mulher. Acho que é porque eles não tem vantagem pra contar. E vivo cheio de vaidade mesmo e qualquer coisa resolve com o Al.

Preguiça... este sim é um bom pecado para cometer. Antes da argumentação, porém, vou contar, sem motivo aparente, uma piada de baiano.
“Dois baianos deitados em redes quando de repente uma nota de cem passa voando. Então um vira pro outro e diz: Oxi, se esse vento muda arrente tava feito, pai...”
A boa preguiça para mim, começa quando a pessoa tem preguiça de fazer alguma coisa mas é obrigada a fazer, seja por estar no trabalho, na missa, ou em casa com a patroa ou a mãe. (Acredito que esta seja a trindade moderna: Pai, chefe e mulher). Se ele é obrigado a fazer, vai ter que sair de um jeito ou de outro, e se ele tem preguiça de fazer de um jeito, vai ter que ser de outro. Quando o cara para pra pensar de que outro jeito ele pode fazer é que surgem as melhores ideias do planeta, ou como eu gosto de dizer: “Tem que ter um jeito mais fácil de fazer isso!”. A preguiça me deu de presente o meu primeiro projeto elétrico sem a supervisão de um adulto. Fiz uma extensão da tomada da parede para a TV, mas antes puxei um interruptor do lado da cama de Dedé, quando a gente dividia quarto na saudosa Diagonal. Desta forma ele podia desligar a TV à noite sem nem eu nem ele precisarmos levantar. Irado, né?

E enquanto eu espero ansiosamente o fim de semana que vem para ver minha flor, filando a internet do hotel pra não gastar o 3G pra bostar no plog vou comendo um salmão ao molho de alcaparras que esse f... demoraram a trazer. Fiquei com vontade de sair pra comer que nem os caras fizeram, mas vou ficar aqui deitado, afinal sou o cara mesmo!?

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Diário de bordo

Filtro solar uma pinóia. Quem inventou essa história de que não se deve esquecer o filtro solar? Me diz qual a potência de uma lâmpada pra causar uma queimadura na pele só pela radiação e convexão... Fora os dermatologistas, que tipo de mané usa filtro solar em casa, no banheiro? Um diário de bordo! Isso sim todo mundo devia ter. Navegar é preciso, viver não é preciso. Um diário de bordo é necessário.

Seguindo o raciocínio do Homer, que é de longe o melhor em todas as ocasiões (neste momento percebi que não estou vendo os Simpsons. Partiu mudar de canal!), "Se Deus não quisesse que comêssemos os animais, não os teria feito de comida!", se Ele não quisesse que saíssemos por aí feito doidos procurando sabe-se lá o que não nos teria dado pernas, gordura para armazenar energia e tampouco propagandas pacotes de agências de viagem para praias paradisíacas. Alias, se não fosse para a gente viajar, o próprio Deus teria feito tudo no mesmo lugar, bastando apenas desinventar uma ou duas leis da física. 

Deixando o misticismo de lado, o que levou o homem primitivo a migrar através da terra? Ah, tá bom, a falta de comida. Mas e o que levou às grandes navegações? Droga, ouro e pedras! E a corrida espacial? Verdade, a busca pelo teflon... mas enfim, estas viagens aconteceram e muito devemos a elas, e principalmente à Charlene Silva Sauro que provou que a terra era redonda, viajando com o objetivo de ser atirada da beirada do mundo.

Não há lugar como nosso lar, eles dizem. Verdade... e ainda bem que não. Quando eu fico muito tempo em casa eu começo a me sentir parte da mobília, que nem o Bootstrap Turner no Piratas do Caribe. "Parte da tripulação, parte do navio!" Acho que é assim que Pablito e Carai falariam, mas não vai rolar. 

Eu viajo bastante, a trabalho, a passeio, só não viajo a cavalo porque acho muito paia, mas não tenho meu diário de bordo. Estou projetando um, mas como qualquer projeto de engenharia que se prese, tem várias etapas, revisões e comentários. Espero em breve colocar o diário no ar, talvez em forma de blog, talvez em forma de mapa, talvez em forma de tanquinho que nem a minha barriga. Acho que eu o chamaria de Cerido Diário, mas poderia gerar alguns conflitos e eu acabaria tendo que pagar direitos autorais pra pretinha.

Oh, galera, foi mal... acho que viajei aqui!