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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Novatisse

Novatisse. S.f.: define algo realizado de novo pela primeira vez. Consequência de se fazer algo que você não deveria fazer porque já passou da sua época. Só uma palavra que define muita coisa.

Uma das coisas de voltar a minha cidade reveillon (minha cidade natal é Ipatinga, e depois do natal vem o reveillon) foi que, além de reencontrar pessoas das antigas, amigos ou inimigos, família e tudo o mais, é que isso me remete muito aos meus tempos de adolescente (não vou dizer quanto tempo faz, porque isso obviamente vai revelar a minha idade). Aí, um passeio de carro pela cidade vira a verdadeira sessão nostalgia do “Olha aquela escola alí, eu estudei lá na quarta série”, ou “ali que a gente jogava truco depois da aula” e outros casos que eu não posso contar aqui.

 Cada passo me lembra aquela célebre frase “Lá e de volta outra vez!”, Bolseiro, B.. Assim como será o tal do baile de ex-alunos da UFV deste ano, se realmente eu conseguir ir. Talvez seja mais até que o meu próprio, pois é o baile de uma das turmas com que eu mais me relacionei na graduação. A física 2000. Credo, pensem... Físicos, podem pensar... e é verdade, é tenso mesmo, mas digamos que eu não fui dos mais populares do campus.

Os reencontros... ah como o Facebook serve para reencontrar. Relembrar histórias, escutar outros pontos de vista e descobrir que você não era exatamente o mais querido da sua vizinhança. Embora eu discorde. É como se eu tivesse voltado no tempo e vivendo de novo pela primeira vez as histórias do estágio, do Priscão (nossa querida prisão), Cenducacional (entra burro sai animal), do hand, das festinhas... até rock na rua saiu. O tempo em que eu não tinha dinheiro pra sentar no Gambinos, o Tia Biga tinha Skin a um real...

Se é verdade que não podemos saber pra onde vamos sem saber de onde viemos, agora eu sei exatamente pra onde eu quero ir e como eu quero ir... aliás, eles podiam recapear algumas ruas aqui. Se é verdade que ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais eu não sei, mas não são poucos que me param e me perguntam se sou filho de “Zé Aurélio” ou de “Lulu”, os pseudônimos que nunca entendi de JO e TV. “Sou sim”, respondo... às vezes esse orgulho pode se converter em medo de represália, se a resposta do interpelante for: “Ah... Deu aula pra mim!”.

Uma pessoa apenas deveria estar aqui de novo pela primeira vez, e ela não está. Novatisse dela! E eu sinceramente não sei se é daí que vem meu medo de passar pelo porão da rua Louis Ensh, 252. Novatisse minha!


Neologismos chiques são feitos para serem inventados... e são inventados para fazer a gente rir. Então coloquei esse aí pra ver se consigo fazer alguém rir, que seja um pouco, do meu texto. Óbvio que não tenho talento pra inventar uma palavra simples e tão abrangente, mas espero agregar pessoas que inventam, pessoas que falam, que contam. Assim, aprendendo sempre e melhorando sempre, um dia eu espero conseguir... é... me fugiu aqui... Como chama aquela flor com o miolo amarelo e as pétalas brancas? Ah é?! Margarida! Ôooo Margaridaaaa, me traz meu remédio de memória!