Páginas

domingo, 4 de julho de 2010

Copa do Mundo

Acabou a copa do mundo pelo menos para nós. Ainda nos restava torcer contra a Argentina, mas agora o Maradona nos tirou este último gosto e sobrou apenas aos descendentes de alemães, holandeses, uruguaios e espanhóis, torcer para as seleções dos seus ancestrais. A nós, brasileiros da Silva, sobrou colocar em prática a arte intrínseca em cada coração após a derrota: Procurar um culpado. Um culpado pela má fase, um culpado pela derrota, um culpado por aquela  bola na trave que mudaria a história da partida. 

Há quem culpe o Dunga, o Felipe Melo, o Kaká... até o Mick Jagger! Mas eu sei bem de quem é a culpa e ninguém mais sabe. É, relembrando o Veríssimo, a única coisa que difere o sexo do futebol: O sexo não é organizado pela CBF. A culpada é a CBF. Mas, se a seleção brasileira não fosse organizada pela CBF, e sim por nós, perderíamos esta mania de tentar achar um culpado para a derrota e perderíamos menos tempo e criatividade fazendo piadas sobre o assunto, como essa dos anões.

Então quem? Quem, em sã consciência, aceitaria o ingrato desafio de carregar toda a culpa de uma derrota com pelo menos onze culpados? Voltemos à nossas derrotas diárias às quais não temos a tendência de culpar alguém, pelo menos de imediato, pois a culpa é diretamente nossa. Se um assessor parlamentar, popularmente conhecido como "ASPONE", leva propina na cueca, se o senado aprova um aumento absurdo para cargos públicos ocupados por indicação, de quem é a culpa? Enchentes no nordeste e onde estão o presidente, governador e prefeitos? Provavelmente em algum iate perdido na regata do diretor da BP. 

Nessas horas, não estamos preocupados em procurar culpados, apenas interessados em nos livrar da nossa própria culpa, que assumimos através de um número no nosso título de eleitor. E claro, para que não nos sintamos culpados pelos nossos próprios erros na hora de nomear nossos representantes, acabamos esquecendo e daí a quatro anos votamos nos mesmos deputados, senadores, prefeitos que nos tiraram o sono no último mandato. Então a solução para a seleção brasileira é simples: Eleições diretas para técnico, já!